Aposentadorias demoram para serem analisadas no INSS em Santa Catarina

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Florianópolis | 16/03/2018 | 10:07

Informações: G1SC
Foto: Reprodução

Moradores de Santa Catarina reclamam que os pedidos de aposentadoria pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) estão demorando a serem analisados. O déficit no número de servidores corrobora com a situação, sem perspectiva de mudança.

O INSS informou ao G1 que o tempo de espera vem inclusive diminuindo nos últimos dois anos e que a previdência leva em média dois meses e meio do primeiro contato até bater o martelo sobre aposentadoria ou outros benefícios em Santa Catarina.

O cálculo do diretor do Sindicato dos Servidores da Previdência em Santa Catarina (Sindprevs), João Paulo Silvestre, é diferente. Ele estima que quem encaminha aposentadoria hoje espera quatro vezes mais pra conquistar o benefício do que quem solicitou há dois anos. "A gente está com uma diminuição drástica da força de trabalho no último período", afirmou o diretor.

O INSS admite que precisaria contratar mais quatro mil servidores nas agências de todo país. Mas, em vez disso, está a ponto de perder 12 mil. É um terço dos funcionários. "Estão em abono de permanência. Eles têm idade e tempo para se aposentar, mas não fazem isso porque perdem quase metade do salário se se aposentarem hoje", explicou o diretor.

Mas a partir de janeiro, a Justiça já dá o direito deles incorporarem todas as gratificações possíveis. A agência de São Joaquim, na Serra Catarinense, pode desaparecer de uma hora pra outra. É que os seis servidores estão em abono permanência.

Força-tarefa na Grande Florianópolis

Na Grande Florianópolis, o INSS montou uma espécie de força-tarefa. Trouxe os funcionários mais experientes das agências para uma central. Eles analisam exclusivamente as aposentadorias - que é a parte mais difícil e demorada. Com esta mudança, eles já estão analisando o dobro de processos. Mesmo assim, não se dá conta de vencer tanto trabalho.

Em janeiro e fevereiro deste ano, foram feito 18.678 pedidos de aposentadoria. "Desde 2014, foi feito levantamento, foi pedido para o governo federal e foram poucas as contratações que a gente teve. Desse último concurso, por exemplo, que teve, tivemos cinco contratações: três para Curitibanos [no Oeste] e duas para Lages [na Serra]", afirmou o gerente do INSS da Grande Florianópolis, Gilsinei José Cargnin.

O concurso vigente é de 2015. O INSS disse que já pediu um novo com quase 14 mil vagas para o Ministério do Planejamento. Por e-mail, o ministério informou que os concursos estão restritos por causa do ajuste fiscal. E que só pode chamar mais funcionários por absoluta necessidade.

Uma outra medida implantada aos poucos nas agências brasileiras pode agilizar os processos: a digitalização do INSS. "Se nada for feito, vai ser o caos nas agências do INSS", afirmou o gerente. O diretor do Sindprevs também mostrou pessimismo: "A perspectiva é de piorar."