Prefeito de Florianópolis é liberado após depoimento na PF

Policial
Florianópolis (SC) | 19/06/2019 | 17:15

Informações e foto: Diário Catarinense

Depois de ser levado para a Polícia Federal (PF) e prestar depoimento na manhã de terça-feira (18), o prefeito de Florianópolis (SC), Gean Loureiro, foi liberado. Em uma rede social, ele disse que se sentia na obrigação de prestar esclarecimento, reiterou uma postura de honestidade e que vai mostrar que "tudo não passou de uma grande injustiça". Em seguida, o prefeito concedeu entrevista coletiva para falar sobre o assunto.

Gean foi levado pela PF durante a Operação Chabu, que investiga suposta violação de sigilo de operações policiais. Na rede social, o prefeito da Capital catarinense afirmou que respondeu cerca de 70 perguntas durante o depoimento. Gean disse que a polícia ouviu todas as suas informações e chegou à conclusão de que não teria nenhuma relação no processo. "Confrontou todos os dados, outros depoimentos e viu que não tinha nenhum motivo para eu ser preso", relatou.

Outras seis pessoas foram presas e 23 mandados de busca e apreensão foram cumpridos ao longo desta terça-feira. Na entrevista, Gean falou por pouco mais de 40 minutos sobre o que ocorreu ao longo da terça-feira. O prefeito abriu a fala dizendo que esse era "o dia mais infeliz" da vida dele, que se sentia "o ser humano mais injustiçado" e deu detalhes de como ocorreu a operação da PF.

Gean disse que a PF foi até a casa dele no início da manhã e pediu documentos, computadores, celulares e senhas, que foram fornecidos por ele. Em seguida, o prefeito foi informado de que havia um mandado de prisão e que o primeiro passo dele seria um depoimento na PF.

Gean disse que aguardou em uma sala por cerca de uma hora e, em seguida, prestou um depoimento, com duração aproximada de três a quatro horas. No total, foram 70 perguntas de acordo com o prefeito. Ao final dos questionamentos, alegou que o delegado que colheu depoimento ficou satisfeito com as informações prestadas e pediu para que ele não assinasse a guia de recolhimento de preso. "O próprio delegado instrutor disse que o depoimento acabou virando uma colaboração, porque prestei todas as informações. Ele disse: vou até pedir para que o senhor não assine a guia de recolhimento de preso. Diante de seu depoimento, não estou vendo nenhum fato que justifique o senhor estar preso", alegou.

Depois disso, Gean e o advogado Diogo Pítsica pediram para falar com o delegado que coordenava a operação, a quem o prefeito novamente esclareceu os fatos no meio da tarde. O delegado informou que precisava concluir os outros depoimentos. Segundo o prefeito contou na coletiva, ao final dos depoimentos o delegado informou que iria pedir a revogação da prisão. Segundo o advogado de Gean, essa teria sido uma prerrogativa concedida pelo desembargador na decisão, de permitir que o delegado decidisse sobre a manutenção ou não da decisão após ouvir os depoimentos.

Com isso, o prefeito foi liberado da sede da PF por volta das 20h30, uma hora antes de conceder coletiva à imprensa. Gean afirmou que aguardou todo o tempo em uma sala de depoimento e que, como a guia de recolhimento de preso não chegou a ser assinada, sustenta o mandado não teria sido cumprido na integralidade.

O afastamento de 30 dias do cargo de prefeito, no entanto, só pode ser revogada pelo desembargador que a concedeu segundo informou a defesa de Gean. Por isso, o prefeito não deve ir nesta quarta-feira à prefeitura, que fica sob responsabilidade do vice João Batista Nunes. A defesa dele vai até Porto Alegre já nesta quarta-feira para tentar reverter a decisão do afastamento no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4).