Campo Erê tem empresa na 'lista suja' do trabalho escravo de Santa Catarina

Policial
Campo Erê | 11/04/2018 | 17:07

Informações: G1SC
Imagem: Camila Santos/G1SC

Seis empresas catarinenses - Oeste, Sul, Serra e Vale do Itajaí - estão pela segunda vez na "lista suja" do trabalho escravo. A divulgação foi feita pelo Ministério do Trabalho esta semana. Neste cadastro estão 58 trabalhadores submetidos à condição semelhante à escravidão. Na atualização nacional, 166 nomes, 34 pessoas físicas e jurídicas estão na lista pela primeira vez.

Do Oeste, está o empresário Airton Luiz Cobalchini, do Viveiro de Mudas e Serraria de Campo Erê. No local, o Ministério do Trabalho encontrou um trabalhador em condição análoga a escravidão.

Também no Oeste, a Ervateira Cavalo Branco, em Pinhalzinho, encontrou-se cinco trabalhadores em condição semelhante a de escravos.

Demais regiões

Na Serra, em Painel, o ministério localizou 11 pessoas trabalhando no cultivo de maçã em condição análoga a da escravidão na Fazenda de Solon Alves. Do local, consta como empregador Guilherme Martins Proença.

No Vale do Itajaí, em Imbuia, foram encontradas 22 pessoas trabalhando no cultivo de cebola em situação semelhante à escravidão na propriedade de Joel Márcio Hames.

Ainda no Vale do Itajaí, em Vidal Ramos, cinco trabalhadores da lavoura de cebolas de Maison May também foram considerados em condição semelhante à escravidão foram incluídos no cadastro do MTE.

Também no Sul, em Criciúma, 14 pessoas que trabalhavam no cultivo de batatas na propriedade de Ronaldo Dalmolin Martinello, também foram consideradas em condições semelhantes à escravidão.

Defesa

O proprietário Junior Danielli afirmou que a Ervateira Cavalo Branco foi absolvida dessa acusação e que já entrou com pedido no MPT e na Justiça do Trabalho para exclusão do nome da empresa dele da lista do trabalho escravo. Na época, ele afirmou na defesa que a sua empresa não sabia das condições dos trabalhadores do fornecedor.

Guilherme Proença declarou que fez a rescisão dos trabalhadores como pediu a Justiça de trabalho e ainda em 2016 fez a entrega da fazenda para o proprietário do campo, pois arrendava o local na época da ação do MPT.

O advogado João Gesser Sobrinho, que defende Joel Hammes, declarou que não há trabalho escravo na propriedade do cliente.

Ronaldo Dalmolin Martinello afirmou que as multas referentes a esta fiscalização estão pagas e que a situação foi resolvida na Justiça há mais de um ano. Segundo ele, seu nome na “lista suja” é fruto de um equívoco do MTE. Além disso, informou que seu advogado entrou com um processo para que seu nome seja retirado da lista.

O G1SC entrou em contato com Airton Luiz Cobalchini mas não obteve um retorno. Com Maison May não foi localizado o contato da defesa até a publicação desta notícia.