Empresário é preso após matar morador de rua para simular a própria morte em SC

Policial
São Cristóvão do Sul (SC) | 03/03/2025 | 11:35

Informações: G1SC
Foto: Polícia Civil

Um empresário de São Cristóvão do Sul (SC) foi preso na sexta-feira (28) suspeito de armar o próprio desaparecimento e, depois, tentar forjar sua morte duas vezes, segundo a Polícia Civil.

Para simular o próprio homicídio, Edilson Peter, 41 anos, e um cúmplice, de 38 anos, primeiro teriam assassinado um homem em situação de rua. Ao verem que o plano não funcionaria, o empresário simulou e gravou em vídeo, em seguida, numa sessão de tortura contra si mesmo - que terminou com parte do próprio dedo amputado e dois dentes arrancados.

Segundo a Polícia Civil, os presos são o empresário Edilson Peter, 41 anos, que queria simular a própria morte, e o cúmplice dele, de 38 anos, que não teve o nome divulgado, mas já cumpriu pena por homicídios, conforme a investigação.

O delegado Fabiano Toniazzo informou que o homem é investigado por estelionato em outro inquérito policial e teria aplicado golpes em clientes de sua empresa de placas de energia solar. Segundo o investigador, ele tentou forjar o próprio homicídio por questões financeiras.

Primeira simulação

Em 12 de fevereiro, o suposto desaparecimento do empresário foi comunicado, e as investigações começaram. Nesse contexto, em 15 de fevereiro, a caminhonete do empresário foi localizada queimada, com um corpo totalmente carbonizado em seu interior. A investigação aponta, no entanto, que a dupla matou um homem em situação de rua para levar as autoridades a crer que o cadáver era de Edilson Peter.

Segunda simulação

Antes mesmo de a Polícia Civil identificar de quem era o corpo, o empresário simulou novamente sua morte, acreditando que a primeira tentativa não funcionaria, conforme o delegado Toniazzo. A mudança ocorreu porque Edilson percebeu que o cadáver passaria por exame de DNA. Por isso, ele passou a disseminar um vídeo em que aparecia sendo supostamente torturado até a morte.

Os supostos sequestradores fizeram contato com familiares do empresário e com portais de notícias locais enviando a eles imagens da simulação de tortura contra Edilson. Nas imagens, segundo o delegado, parte de um dedo do empresário aparece sendo amputado. Na mesma noite da divulgação dos vídeos, uma garrafa com o dedo, além de dois dentes, foi arremessada contra a casa da namorada do empresário.

Investigação

As suspeitas de que o corpo encontrado na caminhonete não seria do empresário, segundo a Polícia Civil, se confirmaram no momento em que os vídeos da suposta tortura se disseminaram.

Com isso, agentes da DIC passaram a buscar por desaparecidos na região, e chegaram à conclusão de que o cadáver era do morador de rua Vanderlei Weschenfelder, de 59 anos, cujo desaparecimento foi comunicado por familiares no mesmo período.

Paralelamente a isso, a polícia identificou a unidade de saúde que o empresário buscou atendimento para suturar o dedo amputado, sendo reconhecido por testemunhas do local.

O homem tem uma empresa de placas de energia solar. "A empresa dele vendia placas solares. E ele não pagava os fornecedores, os fabricantes das placas solares, e vendia aquelas fazendas de energia solar. Ele vendia e também não entregava para os clientes que pagavam as placas", disse o delegado.

Defesa

A defesa do empresário, feita pelos advogados Larissa Pereira De Pin e Paulo Henrique De Pin Ramos, enviou uma nota, em que diz que não teve acesso ao inquérito. "Tomamos ciência hoje das investigações e ainda não tivemos acesso ao inquérito policial. Por esse motivo, aguardaremos o acesso aos documentos e diligências realizadas, bem como a conclusão do inquérito, para nos manifestarmos. Reforçamos a importância de uma abordagem responsável do caso, com respeito ao devido processo legal e à presunção de inocência", disse a defesa em nota.