Informações: NSC
Foto: Reuters
Jair Bolsonaro (PL) se tornou o quarto ex-presidente da República a ser detido desde a redemocratização país, há 40 anos. No entanto, ele segue sendo o primeiro a responder a uma ação por tentar dar golpe de Estado. Bolsonaro teve a prisão domiciliar decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), na segunda-feira (4).
Além de Bolsonaro, já foram presos o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e os ex-presidentes Michel Temer (MDB) e Fernando Collor de Mello (sem partido). Eles foram encarcerados em diferentes contextos responderam a ações relativas a corrupção.
Todos foram detidos em momentos em que não ocupavam a Presidência.
Bolsonaro
Foi preso por descumprir medidas cautelares que haviam sido aplicadas na investigação que apura uma suposta articulação junto aos Estados Unidos para pressionar autoridades brasileiras em troca de anistia na trama golpista. Na decisão, Moraes considera que Bolsonaro usou, por meio de terceiros, as redes sociais, o que estava vedado.
Lula
Foi preso em abril de 2018 no âmbito da Operação Lava-Jato, logo após o STF negar, por seis votos a cinco, um habeas corpus preventivo solicitado por sua defesa à época. Lula se entregou à Polícia Federal em Curitiba no dia 7 de abril e permaneceu preso por 580 dias, até novembro de 2019. Dois anos depois, a Corte anulou as condenações.
Temer
Michel Temer assumiu o cargo de presidente após o impeachment de Dilma Rousseff (PT) e concluiu o mandato, quando transmitiu o cargo a Jair Bolsonaro. Quase três meses após deixar a Presidência, em 21 de março de 2019, Temer teve sua prisão preventiva decretada pelo juiz federal Marcelo Bretas, do Rio de Janeiro, também no âmbito da Lava-Jato.
Temer foi detido durante a “Operação Descontaminação”, em São Paulo, mas foi solto quatro dias depois. Em maio de 2019, o ex-presidente voltou a ser preso e libertado quatro dias depois pelo Superior Tribunal de Justiça. Em 2022, o ex-presidente foi absolvido das acusações de corrupção.
Collor
Fernando Collor de Mello foi eleito em 1989 na primeira eleição direta após o fim da ditadura militar. Em 1992, ele renunciou ao cargo em meio a um processo de impeachment motivado por escândalos de corrupção.
Collor só foi preso em abril deste ano, depois que o ministro Edson Fachin, do STF, determinou o início do cumprimento da pena de oito anos e dez meses a que o ex-presidente fora condenado em 2023, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
O ex-presidente foi detido, mas ganhou direito a cumprir prisão domiciliar, devido à idade avançada (75 anos) e problemas de saúde, como Mal de Parkinson, apneia do sono grave e transtorno bipolar.