Três presos na operação que apura supostas fraudes são de Quilombo; vereador está entre eles

Policial
Quilombo (SC) | 03/05/2024 | 09:39

Informações: Redação Minutta e ND+
Foto: Polícia Civil

Três pessoas foram presas na Operação Desvio de Rota, deflagrada na manhã de quinta-feira (3) pela Polícia Civil de Santa Catarina, por meio da 5ª Delegacia Especializada no Combate à Corrupção (5ª Decor/Chapecó). Todas as prisões ocorreram em Quilombo, e entre os presos está o vereador Nereu Lima (PL). O delegado Vinicius Ritterbuch, responsável pela operação, em entrevista à ND+, disse ainda que houve uma prisão em flagrande em São Lourenço do Oeste (SC). Esta prisão foi em razão de a pessoa ter uma arma de fogo sem registro em sua residência.

A operação realizou ainda nove mandados de busca e apreensão em Quilombo, São Lourenço do Oeste e Pato Branco (PR) para apurar supostas fraudes licitatórias no setor de obras do município de Quilombo, além de outras infrações penais relacionadas, como organização criminosa, lavagem de dinheiro e advocacia administrativa. Em São Lourenço do Oeste, o alvo foi uma empresa de terraplanagem.

Conforme o delegado Ritterbuch, as investigações começaram em 2021 especialmente em Quilombo, onde parte do grupo integra o governo municipal e outra parte é externa.

Com a operação desta quinta-feira, a polícia estima ter apreendido R$ 80 mil em espécie, além de carros, imóveis e documentos. Os nomes dos outros presos, que não estão ligados à prefeitura, não foram informados. Os nomes e cargos das servidoras afastadas também não foram revelados.

Defesa prefeitura e Câmara

Para a ND+, a prefeitura de Quilombo informou em nota que houve o cumprimento de um mandado de busca e apreensão de documentos na Secretaria de Obras e Serviços Urbanos do município e que os servidores colaboraram entregando todos os documentos solicitados. A Câmara Municipal não se manifestou.

Saiba mais

As investigações desenvolvidas demonstraram um grande aumento nas contratações do setor, com previsões na casa dos R$ 19 milhões, valor que seria seis vezes maior que a média dos municípios semelhantes, com alterações principalmente subordinadas ao favorecimento e ajuste prévio que levaram à violação da concorrência das licitações por empresas da região, as quais supostamente atuavam em conluio com ocupantes de cargos públicos para sagrarem-se vitoriosas nas disputas. 

Por tal razão, houve a decretação judicial das prisões e buscas, após representação da autoridade policial, além de uma série de outras medidas cautelares, em especial de natureza patrimonial - com bloqueios de ativos dos investigados -, além do afastamento cautelar de duas servidoras do executivo municipal.

A operação contou com o suporte da Diretoria Estadual de Investigações Criminais, com a participação da Cecor, Laboratório de Lavagem de Dinheiro e de todas as Decors de Santa Catarina, além das DICs de Chapecó e São Lourenço do Oeste. Houve ainda colaboração do Tribunal de  Contas do Estado (TCE/SC), MPE/SC, Poder Judiciário e Polícia Científica.